Milton R. Medran Moreira*
"Na religião o que há de real, essencial, necessário e eterno é o Cerimonial e a Liturgia - e o que há de artificial, de suplementar, de dispensável, de transitório é a Teologia e a Moral." - Eça de Queirós.
Fosse quem fosse, o escolhido como novo Papa, dentre os 119 cardeais participantes do conclave, naquele 13 de março, a multidão presente na Praça de São Pedro explodiria em aplausos, ao seu anúncio.
O aparecimento da fumaça branca na chaminé da Capela Sistina, em qualquer circunstância, encontra a massa em estado de quase êxtase. Gritos, choros, risos... Uma explosão de patéticas emoções é registrada, no momento em que o mais velho dos cardeais proclama “Habemus Papam”, declinando, a seguir, o nome do eleito. A partir de então, seja ele quem for, merecerá o tratamento de “Santidade” e tudo o que em nome da fé disser, estará revestido de verdade, porque a infalibilidade o acompanhará na vida, até a morte ou até a uma eventual renúncia.